segunda-feira, 15 de outubro de 2007

O QUE É INEGOCIÁVEL NO EVANGELHO

“Admiro-me de que vocês estejam abandonando tão rapidamente aquele que os chamou pela graça de Cristo, para seguirem outro evangelho que, na realidade, não é o evangelho. O que ocorre é que algumas pessoas os estão perturbando, querendo perverter o evangelho de Cristo. Mas ainda que nós ou um anjo dos céus pregue um evangelho diferente daquele que lhes pregamos que seja amaldiçoado! Como já dissemos, agora repito: Se alguém lhes anuncia um evangelho diferente daquele que já receberam, que seja amaldiçoado!” Gálatas 6.1-9.

Transfundo Histórico de Gálatas Autor: A carta afirma ter sido Paulo. (1.1) Durante o século III a.C. alguns gauleses migraram para o planalto do interior da Ásia Menor e ali fundaram um reino. Sob o reinado de Amintas esse reino estendeu-se até a Pérsia, Licaônia e outros lugares ao sul e quando, com a morte de Amintas (25 a.C.) os romanos assumiram o controle, eles o transformaram na província da Galácia. Existe o problema se os gálatas mencionados na carta são os que viviam no norte da província ou os sulistas de várias raças que foram incluídos na província romana. Ao final do século III a área sul foi desmembrada, e a província foi reduzida à parte norte, razão pela qual tradicionalmente se entende que “Galácia” se refere à região norte.
O apóstolo Paulo visitou a área meridional em sua 1ª viagem missionária (At.13-14). Apesar de não ser explícito que ele tenha visitado a região norte, alguns estudiosos entendem que isso se prova em At.16.6 e 18.23. Em Atos 13-14 Paulo e Barnabé evangelizam a região sul da província da Galácia, indo inicialmente às sinagogas, onde pregaram aos judeus e gentios tementes a Deus. Mas em todas as cidades os judeus levantavam oposição. Entretanto, depois de Paulo e Barnabé saírem de cena, parece que alguns cristãos judeus chegaram à região e ensinavam que aqueles que aceitassem a salvação cristã teriam que se submeter à lei judaica, a Tora. Parece que os judeus locais não ensinavam isso, simplesmente opunham-se aos cristãos. Enfatizava-se a circuncisão: “vos constrangem a vos circuncidardes” (6.12; 5.2-6). O autor destaca que a aceitação da circuncisão significa a aceitação da obrigação de cumprir toda a lei da qual ela faz parte (5.3), não importa o que os falsos mestres tenham dito. Ao que parece também se enfatizava a guarda da lei, pois ele também escreve: “Guardais dias, e meses, e tempos, e anos” (4.10). Também fala que seus convertidos desejam “estar sob a lei” (4.21) e que “procurais justificar-vos na lei” (5.4). Juntando tudo isso, parece-nos que os falsos mestres viam o cristianismo como um judaísmo modificado; estavam ensinando que ter um relacionamento de aliança com Deus significava submeter-se às exigências da lei de Deus. É possível que estes falsos mestres não tenham sido em grande número, pois o autor escreve: “Um pouco de fermento leveda toda a massa” (5.9). O evangelho foi objeto de sérias concessões por esse novo ensino. O que os gálatas estavam fazendo não era acrescentar alguns novos discernimentos ao significado do cristianismo, mas negar a mensagem cristã essencial. Estavam substituindo a verdade pelo ensino judaico.

A epístola aos Gálatas trata desse problema em relação ao evangelho estar sendo distorcido pelos judeu-cristãos. Paulo imediatamente escreveu para corrigir esse problema. Ele enviou um apelo pungente aos gálatas para que retornassem à fé em que haviam sido salvos. Esta carta cheia de vida tornou-se uma expressão clássica do significado de justificação pela fé unicamente em Cristo. Alguns princípios que não podemos negociar na nossa crença:

1- O maior mal da igreja evangélica hoje é que estamos adulterando o evangelho.

2- Nossa geração perdeu o desejo pela verdade do evangelho. Estamos procurando mensagens que correspondam aos deleites da nossa alma. (1 e 2)

3- Negociamos a verdade do evangelho quando os pecados daqueles que estão do nosso lado não nos incomodam mais. (2.11)

4- Não podemos abrir mão daquilo que nos foi dado por Deus. Se negligenciamos o que Deus nos confiou tornamo-nos rebeldes.

5- A vida cristã é dirigida pelo Espírito, e onde habita o Espírito de Deus não pode haver negociação com o pecado.

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