terça-feira, 15 de julho de 2008

A RELIGIÃO PÓS-MODERNA

Romanos 12.1 e 2

John Stott comenta sobre este texto: “Aqui o apóstolo Paulo pressupõe que os cristãos têm (ou pelo menos devem ter) uma mente renovada, como também que essa mente renovada produz um efeito radical na nossa vida, já que nos capacita a discernir e aprovar a vontade de Deus, transformando assim a nossa conduta. A seqüência é constrangedora. Se quisermos viver corretamente temos de pensar corretamente. Se quisermos pensar com integridade precisamos ter uma mente renovada, pois uma vez ela renovada, nossos interesses já não seguirão as propostas do mundo, mas a vontade de Deus, que nos transforma”. Saber articular uma apresentação do evangelho que seja ao mesmo tempo fiel as Escrituras e relevante no campo das idéias é uma questão crucial para o cristão contemporâneo – especialmente por conta do nosso contexto que oferece um “cardápio” de experiências religiosas tão variadas. Mas como anda a religiosidade nesse período da pós-modernidade? Acredito que o cristianismo desse século está “infectado” de algumas tendências que merecem a nossa atenção:

1 – A religião pós-moderna é subjetiva e indiferente a verdade bíblica. Os valores morais nos nossos dias estão muito relativos. A religião de hoje não é mais um conjunto de crenças sobre o que é e o que não é real, ao contrário, é vista como algo que tem a ver com preferências, com escolhas pessoais. Eu acredito naquilo que gosto e que me faz bem agora. Essa subjetividade torna a experiência do indivíduo o seu princípio de verdade.

2 – A religião pós-moderna é tribal. O grupo é quem decide o que é certo ou errado. A legitimação do grupo exerce uma força muito grande sobre o indivíduo. Somente aqueles que estão dentro da “tribo” têm o direito de comentar ou criticar esse conceito de verdade.

3 – A religião pós-moderna é emotiva. A característica básica da espiritualidade contemporânea são os fortes laços emocionais alimentados por um líder carismático. É comum neste ambiente ouvirmos frase do tipo: “Uma força sobrenatural, lá do meu interior, me atraiu para este grupo” ou “Deus me falou para sair ou ficar”.

COMO A IGREJA DEVE AGIR ANTE ESSE DESAFIO?

1 – Ser relevante antes de buscar reconhecimento. A Igreja tem que continuar proclamando as boas novas de Jesus, ajudando as pessoas a considerarem a relevância do evangelho ao invés de lutar pela sua credibilidade. Qual a influência que a Igreja hoje exerce na sociedade onde está localizada? Penso que alguns líderes buscam reconhecimento antes de mesmo de provarem a autenticidade dos seus sermões e o fruto dos seus ministérios.

2 – Promover um ambiente de aceitação antes das regras denominacionais, e não abrir mão da verdade bíblica. A Igreja é um lugar de aceitação em potencial. Todos aqueles que buscam achegar-se a uma religião procuram na verdade um espaço para descobrirem quem na verdade são. O problema das Igrejas Evangélicas é que se tornaram muito institucionalizadas e insensíveis as necessidades do ser humano. Infelizmente hoje invertemos as prioridades e colocamos as pessoas dependentes das coisas, ao invés de usar as coisas para abençoar as pessoas.

3 – Ser autêntica antes de ser popular. A teologia da Igreja Evangélica da atualidade é extremamente fraca. Insistimos na ênfase dos milagres conquistas pessoais e não abordamos mais a teologia da renúncia, a luta contra o pecado e submissão integral à vontade de Deus. Jesus nunca se comprometeu em nos dar tudo que quiséssemos antes nos advertiu das lutas – o filho do homem não têm onde repousar a cabeça – por isso creio que enquanto estivermos reféns dessa “graça barata” não vamos chegar a lugar nenhum.